De 330 pessoas aprovadas no primeiro semestre, mais de 2% são pessoas não-binárias ou transgêneras contra apenas 0,3% em 2021
A diversidade é parte importante da estrutura da Soul Bilíngue e os resultados disso já são notados. De 2021 para cá, cresceu o número de pessoas não-binárias e transgêneras dentre o grupo de jovens beneficiados pela instituição social. O que antes era de apenas 0,3% do total de jovens pertencentes ao grupo, atualmente esse percentual subiu para 2,1%.
Para abraçar esse ambiente diverso, a Soul Bilíngue também aderiu ao uso da linguagem neutra em comunicações internas e externas. A quantidade de estudantes não-binários e transgêneros é contabilizada por meio de formulário de aprovação para o programa.
No segundo semestre de 2021, Mariel Vasconcelos foi estudante da ONG e agora é Jovem Embaixador. Ele conta que estava no processo de autoconhecimento, se entendia como uma pessoa não-binária que usava pronome neutro e fala de sua experiência.
“Nessa época, eu ainda me entendia como pessoa não-binária e uma das pautas que quis tocar foi sobre o nome social que eu utilizava e as pessoas na Soul entenderam super bem. Sempre foram super solícitas, na hora de fazer o anúncio das bolsas de intercâmbio usaram pronome neutro e eu me senti acolhido”.
A Soul Bilíngue trabalha para manter o ambiente atento às mudanças e à diversidade. Por isso, pautas como o uso da linguagem neutra e discussão sobre gênero e sexualidade são debatidas e incluídas nas reuniões com os colaboradores.
Para Kimberly Oliveira, estudante não-binário da edição atual, a Soul Bilíngue aderir à linguagem neutra é um grande avanço.
“Para nós, sentir que existem lugares em que somos bem-vindes é um grande passo. Porque infelizmente sabemos que nem todos os lugares se importam. Quando procuramos por instituições e vemos que elas nos dão valor, nós nos sentimos acolhide”.
Kimberly ainda ressalta como esse passo faz com que os participantes não-binários ou transgêneros sintam-se pertencentes e parte da comunidade como um todo.
Atales Sunset também é estudante transgênero e não-binário deste semestre e explica como o uso da linguagem neutra inclui e visibiliza pessoas.
“Fiquei muito feliz quando percebi que existia tratamento neutro na Soul. Não é todo mundo que se identifica com os tradicionais ‘ele’ ou ‘ela’, como acontece comigo. Isso mostra também o quanto Soul está conectada com as mudanças e os avanços da sociedade contemporânea”.
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